quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

OLAVO BILAC (4)



Olavo Bilac
Em
A Defesa nacional (discursos).





“O momento não quer discursos ôcos e retumbantes, sonoridades entontecedoras, rolando na esterilidade do vácuo.

O que se exige agora é a simplicidade de idéas fortes em palavras claras, que, na sua dura tristeza, tenham, com a revolta, um estímulo para a esperança, para a crença e para o heroísmo.

Não podeis, talvez, perceber com perfeita consciência a gravidade da nossa situação moral.

Viveis numa rica metrópole, entre o sorriso e a gala da vida culta; e não podeis entrever o cháos, a confusão e os perigos que enchem toda a nossa maravilhosa e inconsistente Pátria.

Na juventude, tudo é graça e facilidade, espontaneidade e embevecimento; uma pureza natural, que do intimo se transborda para o exterior em véos illusorios, um fascínio próprio, que se espalha sobre o ambiente e embelleza o espetáculo da vida real...

Mas é força que, antes do tempo devido, alguém cruelmente vos arranque da paz e do arroubo.

Vede que na Europa, hoje, quando a guerra abre diariamente largos claros nas fileiras dos combatentes, os governos chamam às armas as mais novas classes de exércitos, as phalanges dos adolescentes, reservas fulgentes da primavera nacional; aqui, outra desgraça, mais triste, opprime o paiz; e outra morte, peor, escasseia os filhos validos, v- desgraça de caráter e morte moral; e já que os varões, incapazes ou indiofferentes, deixam o Brazil devastado sem guerra e caduco antes da velhice, - venham ao campo ephebos, em que o ardor sagrado contrabalance a experiência, e em que o ímpeto da fé suppra a immaturidade dos annos!”








BILAC, Olavo. A Defesa nacional (discursos). Rio de Janeiro: Liga da Defesa Nacional, 1917. Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/00291000#page/5/mode/1up

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